domingo, janeiro 22, 2006

Bom dia, o meu nome é...

Bom dia, o meu nome é Armindo Peçonha.

Irrita-me profundamente quando a merda da impressora decide puxar duas folhas e dar cabo da ordem de um documento com oitenta páginas. E como se não chegasse, ainda se fica a rir...

... um dia destes...

Irrita-me profundamente a raça dos tunings. Não os compreendo. Parece que andam a medir o comprimento da pila com toda a gente na estrada. A este vou chamar-lhe Zé.

Vinha eu na minha paz de espírito quando um peugeoutzito 106 ou 206 (ou 207 ou 307... com aqueles autocolantes e plásticos, é tudo a mesma merda... só muda o cheiro) se cola a mim. Era o Zé. À primeira hipótese que tem (uma faixa para cortar para uma qualquer estradeca secundária), faz aquela ultrapassagem à macho, ou melhor, à MACHO, qual ritual de demarcação de território. Reparei que ia com a namorada... e com ela foi.

Mais à frente, numa pequena fila de carros, quem é que eu encontro? Pois claro, o meu amigo Zé... colado ao carro da frente.
Como uma fila indiana de crianças num passeio do jardim-escola, lá iamos nós, ao paço da educadora. Chegamos à subida. Não, não... chegamos À subida.
Sem descer de mudança, ultrapasso a fila de carros à minha frente. O Zé não deve ter gostado, porque além de ter reduzido para quarta no início da subida, tive a sensação que enquanto o ultrapassava meteu uma terceira...

No fim da subida, voltou a colar-se a mim.

Irrita-me profundamente quando se colam a mim...

"Tive um pequeno contratempo ali atrás, queria meter a quinta e meti a terceira e por isso perdi velocidade e..." diria ele para a sua namorada, a quem exibia os dotes do portentoso veículo que conduzia, e a habilidade com que o manobrava.

O traço contínuo voltou a abrir. Não era preciso ser primo da Maya para adivinhar o que o Zé ia fazer. Mas eu fiz primeiro...

Strike one! Out...

O traço fechou. Abrandei. Colou-se novamente a mim. Nunca imaginei que a traseira do meu carro pudesse ser tão apelativa a ponto de convidar a analisar de perto os seus toscos contornos, a cerca de 120km/h.
O traço abriu novamente. Ouvi o que parecia ser um motor a atingir uma rotação bastante elevada - e ia com a música bem alta. Mais uma vez sem reduzir, acelerei.

Strike two! Out...

A lenga-lenga repetiu-se mais umas duas vezes. Finalmente, ignorando todo e qualquer limite de velocidade existente, carreguei no acelerador a fundo até o Zé desaparecer numa curva lá longe, bem atrás de mim.

"Fica para a próxima..."

Não tenho por hábito dar trela a picanços, mas como reparei que este ia com a namorada, deu-me particular gozo imaginar a sua cara ao sentir o seu instrumento - entendam o que quiserem - a ser reduzido à sua verdadeira insignificância.
Com um ligeiro esgar no rosto, foi assim que justifiquei, perante a minha consciência, o gasto de gasóleo daquela brincadeira.

Já disse como odeio quando a merda da impressora puxa duas folhas juntas?


- Peçonha

1 comentário:

Anónimo disse...

....... Nao imaginas a bronca que me foste pregar... agora a gaja quer que eu meta um turbo novo......