sábado, setembro 30, 2006

Tres metros acima do ceu

Stranded here on planet earth
It's not much but it could be worse
Everything's free here, there's no crowds

Winter lasted five long years
No sun will come again I fear
Chemical harvest was sown

And I will wait for you
Until the sky is blue
And I will wait for you
What else can I do?

A spaceship from another star
They ask me where all the people are
What can I tell them?

I tell them I'm the only one
There was a war but I must have won
Please take me with you.

[PorcupineTree-ASmartKid.mp3]

Leva-me daqui... faz-me voar...
Tkx

terça-feira, setembro 19, 2006

Each small candle, lights the dark side of every human mind


A minha cabeça está um caos.
é assim que começo este texto. presumo que é assim que ele vá acabar também. são 5.40 da manhã e ainda não preguei olho.. já fui lá fora, e o tempo não muda. as árvores continuam lá. as lâmpadas da rua continuam imóveis e estáticas.
Enquanto procuro convergência, há muito que os meus colegas foram dormir. Gostava de já poder estar em semelhante estado vegetativo, "desligado" por mais uma noite...
Arrasto pela casa e não consigo abstraír-me...
Como é que cheguei até aqui? Mais uma vez, as coisas terminam abruptamente. desta vez, pela minha mão. Não consigo forçar-me a nada. Preciso de descansar, porque não parei ainda até agora. Mas descansar, parar, parece tão desnecessário, que abraço a rotina como uma benção pra me manter distraído do que me persegue.
consegui cumprir os meus objectivos das férias, e agora, tento começar um ano lectivo novo, mas...
como posso conseguir organizar-me a nível escolar, se a nível pessoal está tudo um caos? Post-it's por tudo o que é lado, papéis no chão, uma sapatilha aqui, e a escova de dentes longe da pasta de dentes, e o perfume no sítio do creme de barbear... é assim, dentro de mim.
As pessoas continuam a perceber-me mal. Continuam a achar que as trato de maneira diferente, quando trato toda a gente de maneira igual... Salvaguarda-se um caso ou dois, mas isso, a mim me pertence.
O que se passa com o mundo? Porque me vêm dizer que sou isto e sou aquilo pra elas? As outras pessoas não o são? Onde estão as boas maneiras? onde está a atenção, o cuidado das palavras, com que nos dirigimos ás pessoas? Onde está a verdadeira amizade a proliferar, em vez dos interesses?
Tudo isso se perdeu? como uma brisa matinal em aveiro, trazida pelo cheiro de cacia, que arranha as fossas nasais, e custa a respirar, como se as pessoas se tornassem mais máquinas que humanas...
I'm home again, Aveiro! :)

Continuo a não saber o que quero. Continuo a não ter um projecto de vida. Mas também, não vou fazer um sequer. As coisas têm tendência a partirem-se mais facilmente que um palito, pra quê darmo-nos ao trabalho de construír o que quer que seja?
Sim, faz-nos sonhar, mas ninguém se lembra da queda que podemos dar também.
Quando estamos felizes, esquecemos a parte racional. Tudo o que queremos é que dure e não nos perguntamos nem preocupamos porque é que estamos assim. Quando estamos tristes, entramos em parafuso, estados de melancolia, e pensamos em tudo, e pensamos em 1001 razões porque é que falhou.
Na realidade, a razão pelo qual falhou, é a 1002ª razão, que não nos démos ao trabalho de pensar...
As coisas da vida são sempre surpreendentes, mas o engenho humano tem sempre uma costela pôdre. Por muito imparciais que tentêmos ser, há momentos em que demonstramos o pior de nós. Consciente ou insconscientemente, fazêmo-lo sem pensar na ferida que vamos abrir.
As pessoas que recentemente tentaram abrir as portas, deram com o nariz nelas. Estou rodeado de muralhas, muros, e pedras. E assim quero continuar.

Each small candles lights the dark side of every human mind

vou agora tentar organizar as coisas aqui por dentro. Esquecer um pouco do que aconteceu, e abrir os olhos porque estou farto de bater com a cabeça nas paredes.
E ultimamente tens estado aí, desse lado a ouvir, a rir, a curar, a dar forças, e vivo no mesmo fuso horário que tu praticamente. Mas tem valido a pena, em cada palavra escrita. Quando saltamos no sorriso de cada um.
Só lamento ter um Oceano de distância entre ti, que nunca atravessei.
Desculpa ter estado as férias todas a trabalhar, e isso me tenha impossibilitado de ter ido ter contigo, mas há obrigações a serem cumpridas, e isso, compreendeste melhor do que ninguém.
Houve um dia quem disse que a minha vida, era uma linha recta ás curvas. Se isso me levou a ti, não sei, mas se me mantiver por perto, não quero ter que mudar por causa disso. Quero continuar a percorrer as curvas numa linha recta, mesmo que isso não faça sentido nenhum.
Vou arrumar tudo então. Já tenho tudo, desde agrafadores, furadores, dossiês, separadores, etiquetas, tudo. Pra colocar todos no seu sítio devido, pra saber quem é quem, nesta chuva de pessoas. Pra saber quem interessa, pra saber quem é história. Pra saber quem me vai acompanhar nos anos vindouros, pra saber quem pode caír no esquecimento.

A ti Joana, por tudo


António José Trindade

(RogerWaters-EachSmallCandle)