quarta-feira, julho 26, 2006

Universo paralelo

Enquanto coço as cerca de quarenta picadas de insecto que me acompanharam no regresso a casa, ainda me custa a crer que apenas passaram três dias.

Parece que foi uma vida...
Longe de tudo.
Longe da rotina pouco rotineira, longe de trabalho, estudos, complicações, datas, prazos, compromissos, reuniões, ...

...curioso como foi preciso ir para longe do que eu sou para passar três dos dias mais agradáveis dos últimos tempos.

Foi bom passar horas sem fazer nada, a olhar para o céu e sorrir.
Foi bom andar cheio de pó.
Foi bom acordar às tantas da manhã com os filhos da puta dos vizinhos das tendas do lado a tocar jambés e a gritar com a bebedeira.
Foi bom conhecer nova gente.
Foi bom estar com pessoas que estão bem.
Foi bom ser adolescente outra vez.
Foi bom aquele concerto.
Foi bom...

Chegou mais um mail... reunião, trabalho.
De volta à realidade como se a Enterprise tivesse saído de warp 2 ou 3 sem amortecedores de inércia.

Estou enjoado...

O meu mundo ficou tal e qual conforme o tinha deixado. Heh... e eu que pensava que tanta coisa teria acontecido, tanto teria mudado, que tanto tempo tinha passado...
...acho que o posso deixar mais vezes.


Só tenho que me habituar aos enjôos da volta.

sexta-feira, julho 21, 2006

A walk to remember :)


Não foi preciso muito tempo pra chegar de aveiro...
não foi preciso muito tempo ao pé de ti...
nem muitas palavras pra perceberes :)

Hoje foi dia de conversa :)
Obrigado Pai :)

Tkx

quinta-feira, julho 20, 2006

O Arco, a Flecha, o Alvo


Todos nós somos arqueiros da vontade divina. E, portanto, é indispensável saber que instrumentos temos á nossa disposição.

[O Arco]
O arco é a vida: dele vem toda a energia.
A flecha irá partir um dia. O alvo está longe.
Mas sua vida permanecerá sempre com você, e é preciso saber cuidá-la.
Precisa de períodos de inacção - um arco que está sempre armado, em estado de tensão, perde a sua potência. Portanto, aceite o repouso para recuperar sua firmeza: assim, quando você esticar a corda, estará com sua força intacta.
O arco não tem consciência: ele é um prolongamento da mão e do desejo do arqueiro. Serve para matar, ou para meditar. Portanto, seja sempre claro nas suas intenções.
Um arco tem flexibilidade, mas também tem um limite. Um esforço além da sua capacidade irá quebrá-lo, ou deixar exausta a mão que o segura. Da mesma maneira, não exija mais do seu corpo do que ele lhe pode dar. E entenda que um dia a velhice virá - e isso é uma benção, não uma maldição.
Para manter com elegância o arco aberto, faça com que cada parte dê apenas o necessário, e não disperse suas energias. Assim, você poderá disparar muitas flechas sem se cansar.

[A Flecha]
A flecha é a sua intenção. É o que une a força do arco com o centro do alvo.
A intenção do ser humano tem de ser cristalina, recta, bem equilibrada.
Uma vez que ela parte, não voltará, então é melhor interromper um processo - porque os movimentos que o levaram até ele não estavam precisos e correctos - do que agir de qualquer maneira, só porque o arco já estava retesado e o alvo estava esperando.
Mas jamais dexe de manifestar sua intenção se a única coisa que o paralisa é o medo de errar. Se fizer os movimentos correctos, abra sua mão e solte a corda, dê os passos necessários e enfrente seus desafios. Mesmo que não atinja o alvo, você saberá corrigir sua pontaria da próxima vez.
Se não arriscar, jamais saberá quais as mudanças que eram necessárias.

[O Alvo]
O alvo é o objectivo a ser alcançado. Foi escolhido por você. Nisso reside a beleza do caminho: você não pode jamais desculpar-se, dizendo que o adversário era mais forte. Porque foi você que escolheu seu alvo, e é responsável por ele.
Se olhar o alvo como inimigo, poderá até mesmo acertar o seu tiro, mas não conseguirá melhorar nada em você mesmo. Passará sua vida tentando colocar apenas uma flecha no centro de uma coisa de papel ou madeira, o que é absolutamente inútil. E quando estiver com outras pessoas, viverá reclamando que não faz nada de interessante.
Por isso, você precisa de escolher o seu objectivo, dar o melhor de si para atingi-lo, olhando-o com respeito e dignidade: precisa saber o que ele significa, quanto custou do seu esforço, do seu treinamento, da sua intuição.
Ao olhar o alvo, não se concentre apenas nele, mas em tudo o que acontece ao seu redor: porque a flecha irá encontrar-se com factores que que você não conta, como o vento, o peso, a distância.
O objectivo só existe na medida em que um homem é capaz de sonhar atingí-lo. O que justifica a sua existência, é o desejo - ou ele seria uma coisa morta, um sonho distante, um devaneio.
Assim, da mesma maneira que a intenção busca seu objectivo, o objectivo também busca a intenção do homem, porque é ela que dá sentido à sua existência: já não é mais apenas uma ideia, mas o centro do mundo de um arqueiro.

Paulo Coelho - Crónicas DN

sexta-feira, julho 14, 2006

Triunfo sobre a vida

Só há uma coisa que mudaria na minha vida: o facto de ter que trabalhar ao fim-de-semana, quando supostamente seria pra eu descansar. Mas o dinheiro não cai do céu, e as facilidades que tenho (ou dificuldades?), têm que ser obtidas com algum trabalho. Há dias, quando estava a trabalhar no restaurante mais o meu pai, porque a empregada estava de férias, e porque mais uma vez, os meus primos de coimbra querem é borga, e como eu estou "mais á mão", acabo por ser sempre chamado. Mas tudo bem. A parte boa de trabalhar lá, é poder ser o único tempo que passo de qualidade com o meu pai, por isso, chamem-me pra trabalhar quando quiserem. Ainda não te conheço a fundo Pai, mas quero estar contigo sempre :)
Ainda não era hora de almoço, e faltava alguma fruta na travessa onde está exposta, e ele disse pra ir num rápido ao super-mercado. Ok.
Tiro dinheiro da caixa, e vou descendo a rua principal abaixo, cruzo-me com algumas caras familiares, vou cumprimentando e... olha, é já aqui: Mathias ou lá o que é...
Siga! Antes de entrar já se ouvem os *beeps das registadoras a facturar...
Entro e vejo na registadora a Cláudia.
A Cláudia era uma rapariga extremamente popular no ciclo, e tinha sempre gajos a dar com pau, e sempre gente á sua volta. Para a conheceres, tinhas que conhecer já alguém do grupo, senão, estavas tramado.
Não nunca me interessei por ela, cruzes credo! Não gosto de Barbies, embora seja isso que atrai a sociedade hoje em dia. Mas pronto. Ela até era gira, nada que me faça suar, ou corar muito menos. Acho que nunca gostei muito do que toda a gente gosta. e por isso mesmo, nunca fui muito de entrar em euforias por causa dela. Ela tinha madeixas loiras naturais, o que deixava o pessoal maluco, e pronto, prá idade que tinha, já tinha um corpo bastante definido. Lembro-me que ela começou a andar com alguém bem mais velho que ela. ele tinha um ar de arruaceiro, um ar de verdadeiro chulo. Não o conhecia e não me interssava conhecê-lo. Ninguém queria tão pouco. Ele ia buscá-la e levá-la de carro á escola, um carro a caír aos bocados, mas na nossa altura do ciclo, quem é que tinha um namorado(a) que nos fosse buscar e levar?
Um acto de puro exibicionismo.
Lembro-me uma vez que fui com a minha mãe ao intermarchê e cruzámo-nos num corredor, onde estávamos só nós. Cruzei-me com ela, ela ao inicio mostrou-se desinteressada, claro, como qualquer rapariga que tenha um ego do tamanho do mundo. Que é que foi? nós víamo-nos todos os dias na escola, porque é que não haveria de dizer olá? eu não sou mal-educado, tenho princípios e boa-educação, e então, quando nos cruzámos disse: "Olá"
Ela, lá no seu alto pedestal, olhou pra mim, de seguida olhou pra mim de alto abaixo, como que á procura de roupa de marca, sinal de que a podia sustentar. Tiveste azar. Eu não visto marcas.
Ela optou por ignorar, pensando: "O que é que este quer?"
Eu sabia que ela sabia quem eu era. Infelizmente, toda a gente sabia no ciclo que a minha mãe trabalhava lá e que eu era filho dela. Professores e Alunos. Conhecidos e Desconhecidos. Qualquer asneira que eu fizesse, podiam não me conhecer, que era logo "O Filho da Dª Odete" Felizmente, eu sempre soube saír bem dessa (des)vantagem, que tinha os dois extremos, já o meu irmão, não se pode gabar do mesmo, visto que os colegas continuam a fazer o relatório da vida dele á minha mãe.
Mas nunca fui popular, não da forma dela. sempre tive o meu grupinho de amigos que foram crescendo comigo desde puto, e sempre os fui mantendo bem perto de mim. claro que há sempre uma ou outra pessoa que entra nesse grupo, e é sempre bem-vinda. Mas nunca tirei partido disso. Não precisei também. Rodeei-me de pessoas que não são interesseiras pra comigo. e isso basta-me. Nunca guardei facturas dos amigos que tenho, porque nunca os comprei.
De qualquer forma, a Cláudia decidiu seguir em frente. Eu como também nunca precisei dela pra nada, segui em frente também...

Escolhi maçãs, laranjas, e alguns pêssegos. Dirigi-me á registadora pra pagar, e ela atendeu-me sem olhar pra mim. No fim, quando pede o dinheiro, olha pra mim, sorri como se tivéssemos sido grandes amigos outrora e nos tivéssemos re-encontrado e pergunta: Olá! Não sabia que eras tu! Então, tá tudo bem contigo?

olho pra ela, mas não muito.

Recolho o meu troco da mão dela, viro costas, e venho-me embora sem uma única palavra solta da minha boca.
Desta vez sou eu que sigo em frente.
Fica bem Cláudia...

António José Trindade

I keep running into the same kind of people...



encontras sempre algo..
pra te deitar abaixo;

tudo é razão pra um drama

apercebeste-te que me tinhas..
e aborreceste-te;

a segurança dos outros..
causa-te estranheza...

Quando as pessoas acham que estão a receber mais e melhor do que merecem, nem sempre é só por insegurança emocional e falta de estima, mas porque há uma razão escondida subjacente e que mesmo inconsciente para a pessoa, encerra a verdade..

Nem todos conseguimos ver os esqueletos no armário. há quem tenha mta roupa e tralha cheia de brilho e cor a esconder os esqueletos que estão por detrás de um guarda-roupa bonito..

Mais vale magoar de uma só vez, do que ás pinguinhas com indecisões, faltas de coragem e determinação.