segunda-feira, novembro 12, 2007

Contrabando de palavras

Foram ladrões que me levaram as palavras que nunca te consegui dizer.
Foram ladrões que passaram e deixaram apenas reticências no lugar de histórias que te queria contar.
Foram ladrões que roubaram as vírgulas que davam sentido ao que tentava escrever, os mesmos que roubaram o que nunca te consegui mostrar.
Foram ladrões que apagaram as imagens da nossa história, que partiram os lápis de côr à criança que a pintava.
Foram ladrões que roubaram o que nunca te disse... que roubaram até o que pensava.
Foram ladrões que ficaram com palavras que te queria sussurrar ao ouvido.
Foram os ladrões que moravam entre nós que esconderam o significado de tudo o que foi dito.
Foram ladrões que rasgaram a folhas do teu caderno onde rascunhei, que rasgaram até as folhas seguintes que com uma escrita pesada vinquei... na esperança que não reparassem.
Foram ladrões que roubaram os tons da tua melodia, o cheiro do teu perfume.


Mas agora os ladrões foram-se embora.

Agora lembro-me do que perdi.
Agora sei... e sei que agora também sabes.
Agora posso dizer-te, agora digo-te...

















... raios, assaltaram-me de novo.
(Felizmente eles não sabem onde escondo todas as palavras... Preenches-me)

terça-feira, novembro 06, 2007

São Dias

São dias assim, contigo, que guardo, trago e tenho, sempre comigo :)*