terça-feira, agosto 14, 2007

Acabou!

Não consigo mais!

Quero ser filho de Pais Ricos!...
A sério!
Estou farto!...

António José Trindade

sexta-feira, agosto 03, 2007

Profissoes...

Somos todos Prostitutas nesta vida.
È uma verdade incondicional, e inquestionável. A um certo nível, todos nos prostituímos. De uma certa forma, mais berrantes ou mais discretos, todos nós temos em nós essa que é chamada a Profissão mais antiga do mundo..

Porquê esta conclusão?
Uma coisa engraçada na sociedade portuguesa hoje em dia, é que em 80% dos estabelecimentos (eu diria 95%, mas não quero soar a cínico), 80% dos estabelecimentos, estão ligados diáriamente às 3 estações "principais" da TV pública, sejam elas a RTP, a Sic e a TVI.
E entre os vários programas de entretenimento que existem para entreter os velhinhos, os que nada têm pra fazer da vida, os jovens que ficam ainda mais parvos, o cochichar da vida dos outros, as mensagens em rodapé, com letras grandes e berrantes a dizer: "AMO-TE mais que tudo. Ass Filipa" ou o riso histérico do/a apresentador/a...
Perdemos a noção da vida, e abraçamos tudo o que nos roube um pouco de neurónios...
Fiquei "ofendido" quando num destes canais, num programa de entretenimento que considero Lixo televisivo, um Actor por quem tinha o maior respeito, e admiração por trabalhos seus prévios, entrou no referido programa para fazer a secção de humor.
O Facto de ele fazer a secção de humor, não me afectou muito, porque ele sabe como fazê-lo, e era uma das razões pelo qual sempre o achei distinto de outros...
Perturbou-me a maneira como o fez.. com óculos de sol cor-de-rosa, com um vestido feminino de cores berrantes rasgado a mostrar as cuecas, com as bochechas e os lábios pintados de vermelho, com malinhas ao ombro, com sapatos de saltos altos...
Eu sei que a vida está mal, que o mercado aperta, todo aquele clima de "terror económico" que nos assola a mente todos os dias mas...
Estarêmos assim TÂO desesperados por trabalho, ao ponto de aceitarmos fazer figuras destas, em frente a milhares e milhares de pessoas?

Como vos disse... Sômos todos Prostitutas nesta vida...
A diferença é que uns abrem mais as pernas que outros ;)

António José Trindade

quarta-feira, agosto 01, 2007

O livro

Enquanto vasculhava nas recordações há muito perdidas de gerações infindáveis prévias à minha, encontrei um livro antigo.

Na verdade encontrei muitos livros mas este tinha algo de diferente. O toque, a decoração... como nos filmes, quando se pega no livro mágico e passa uma brisa de vento que levanta a poeira e confere aquele ar misterioso à cena.

Mas essa brisa não me despenteou nem levantou poeira.

Ao passar a mão pela capa desvendei o título mais estranho que alguém poderia ter dado a um livro: "O livro de tudo aquilo que já foi sentido mas nunca foi dito nem escrito".

"??!!"

Não tinha autor, não tinha data, não tinha prefácio nem dedicatória. Era simplesmente aquilo. Capa castanha escura de couro com relevos mais escuros, título e um monte de páginas sem texto, que nem sequer estavam numeradas.

"Faz sentido... se nunca foi escrito" - trocei eu daquele obtuso exemplar.


No entanto não me consegui vir embora sem ele...

sexta-feira, junho 29, 2007

Lição de voo nº2

Aproximou-se suavemente por detrás... Assim que senti a sua presença estática comecei a virar-me mas, ainda antes de terminar o movimento com a cabeça, segurou-me com ambas as mãos, num gesto protector...

Sussurrou-me ao ouvido:
"És metamorfo.
És reflexo de inexistência pautada de vandalismo emocional.
És espinhos de rosa que injectam veneno de cobra morta, sufoco de ar quente que arde ao respirar.
És vidros partidos em chão de pés descalços, és essência acídica que corrói com o olhar.

Tens asas mas não pertences no ar, tens guelras mas não sabes nadar.
Tens pernas para andar, mas com elas só sabes fugir.
Andas de pé não para ver mais longe, mas apenas para olhar os outros de cima.

És metamorfo. És tudo e nada és... porque nada sabes ser."


Fitei-o enquanto a sombra da sua sombra se desvanecia nas paredes da pequena e mal iluminada sala. E compreendi a sua lição...

sexta-feira, junho 08, 2007

Slave to the wage

Run away from all your boredom
Run away from all your whoredom and wave
Your worries and cares
Goodbye

All it takes is one decision
A lot of guts, a little vision to wave
Your worries and cares
Goodbye

Its a maze for rats to try
Its a maze for rats to try
Its a race, a race for rats
A race for rats to die

Its a race, a race for rats
A race for rats to die
...
[Placebo]

quarta-feira, maio 30, 2007

Esqueletos no Armario...


Gosto quando as pessoas mostram os esqueletos que guardam no armário...
... e mais não digo.

Durmam bem.
Até Amanhã.



António José Trindade

quarta-feira, maio 23, 2007

Anjo da guarda

Tenho um anjo da guarda...


"As coisas não acontecem só aos outros..."

Sim, só acontecem aos outros. A mim não me aconteceu nada... ainda.
Hoje acordo e está tudo normal, tudo como devia ser. Passam alguns minutos sem me lembrar do sucedido.

Sinto-me culpado. Sinto-me irresponsável. Sinto-me como um puto mimado que só sabe estragar todas as porcarias que lhe dão.

"Mas tu estás bem e é isso que interessa!"

Interessa, pois... mas isso não compensa o facto de o ter feito. Se calhar a culpa não foi totalmente minha. Mas aconteceu comigo. E sinto-me culpado. Muito culpado. E ninguém me tira isso.

"Nem imaginas a sorte que tiveste..."

Sim. Imagino. Estive lá. Não me apercebi na altura mas vejo-o agora a passar incessantemente na minha cabeça, como que um anúncio irritante de um canal da televisão por cabo após o fecho da emissão... vezes e vezes sem conta.

Vezes e vezes sem conta, abro os olhos e revejo os autocoloantes debaixo de mim... imagino como teria sido se, ao vê-los, não conseguisse mexer os dedos, ou as pernas, ou os braços... ou até mesmo como seria não ter mão para me soltar. Imagino como teria sido se nem tivesse aberto os olhos.

Saí de lá a rir-me. Por algum tempo achei que foi estúpido. Mas agora sei que nada fez mais sentido do que ter-me levantado e ter sorrido. Com todos os dentes, que ainda tinha. Mais... devia ter dado uma grande, grande gargalhada. Devia ter-me deitado no chão a rir, a rebolar. E devia ter continuado a rir, ainda mais alto.

Aquele momento de vulnerabilidade, de impotência total e absoluta... onde cada milésimo de segundo e de movimento eram fruto do puro e mero acaso, decididos na altura, sem qualquer possibilidade de intervenção minha... assusta-me demais pensar nele. Mas foi tal e qual como imaginei que seria.

O pior é o "depois". O peso do "depois". Mas o simples facto de sentir esse peso já é bom. E sorrio.

"Já passou... tens que seguir em frente."

Assim o tenciono fazer. Ainda é cedo... sim, ainda é cedo. Muito cedo. Ainda não consegui mastigar tudo. Foi uma colherada muito grande para a minha boca pequena que não imaginava haver talheres deste tamanho. Não na vida real. Não na minha. As coisas só acontecem aos outros.

Vou seguir em frente. Contigo. Se algo interferiu com o desfecho de tal proeza, foste tu... pois nada valia mais do que voltar a ver o teu sorriso, a sentir os teus braços e a apertar-te com os meus.


Tenho um anjo da guarda... agora se ele se chama Joaquim ou Guilherme ou Puta de Sorte... é apenas uma questão de registo civil.